QUEM É ESSE REI DA GLÓRIA?
A Majestade no Salmo 24
Ev. Mateus Silva
A palavra SALMOS vem da língua hebraica TEHIMLIM(תְּהִלִּים) , e significa CÂNTICOS, no grego é PSALMOS (Ψαλμoς), com o mesmo sentido.
Salmos corresponde ao termo hebraico mizmor que ocorre frequentemente no livro e expressa a ideia de um cântico vocal ou instrumental.
Há nas Escrituras cento e cinquenta salmos. Davi-73, Filhos de Coré-11, Asafe-12, Salomão-2 e Moisés-1. Grande parte é anônima.
A Lira de Israel, como também é conhecido, é subdividido em cinco livros:
Primeiro livro de 1 a 41;
Segundo livro de 42 a 72;
Terceiro livro de 73 a 89;
Quarto livro de 90 a 106;
Quinto livro de 107 a 150.
Seus autores viveram em épocas bem distintas, tanto geográfica quanto cronologicamente. O início de sua produção se deu no Sinai com Moisés (salmo 90), cerca de 1440 a.C, e só foi concluído por volta do ano 400 a.C, depois que Judá retornou da Babilônia (salmo 126). Logo, levou-se um milênio, em média, para que a divina inspiração plenária verbal cessasse para a composição, não só de salmos, mas de todo o cânon do Antigo Testamento.
O salmo 24 está em uma tríade de salmos, cadenciada por um enredo que nos apresenta a humilhação, o ministério e o triunfo de Cristo, os quais são os salmos 22, onde o Senhor é desamparado: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que te alongas do meu auxílio e das palavras do meu bramido? (...)", (Salmos 22:1) , o qual faz referência a (Mateus 27.46).
A humilhação do Senhor Jesus não se deu apenas em sua crucificação, mas desde a sua manifestação corporal entre os homens: "(...) E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz (...)", (Filipenses 2:8).
Já o salmo 23 é o tão conhecido salmo do Bom Pastor (...) ""O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará (...)" (Salmos 23:1). O Mestre em seu ministério terreno foi o maior exemplo de liderança que se pôde conhecer na história da humanidade. Sua liderança era pautada na justiça e no amor pelas almas de suas ovelhas: (...) "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas (...)" (João 10:11).
Ao chegarmos no salmo 24 nos deparamos com um cenário completamente diferente, pois Cristo agora é apresentado como o Rei da Glória (...) "Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória (...)", (Salmos 24:7). As doze portas da gloriosa cidade de Deus são abertas de baixo para cima, como um portão automático. Era comum até mesma nas cidades antigas do passado. O levantar as cabeças é linguagem metonímica.
Mas como sabemos ser Cristo esse Rei da Glória?
- Dentre os presentes levados para o menino Jesus pelos magos do Oriente estava o ouro, o metal dos reis, o qual simboliza a sua realeza (Mateus 2.11);
- Balaão proclama o Rei vindouro como a estrela que procederá de Jacó, o cetro que subirá de Israel (Números 24.17). Cetro é para reis;
- Zacarias profetizou no nascimento de seu filho João Batista o Messias vindouro : (...) "O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre ; seu reino não terá fim ." (Lucas 1:32-33);
- O profeta Zacarias previu sua vinda: (...) "Alegra-te muito, ó filha de Sião! Grita, filha de Jerusalém! Vê, o teu rei vem a ti, justo e salvador, manso e montado num jumento, num jumentinho, cria de jumenta." (Zacarias 9:9)
- Em Mateus 21:1-11, o Rei foi rejeitado em sua entrada triunfal na cidade de Jerusalém;
- Jesus também é proclamado como " o príncipe dos reis da terra " (Apocalipse 1:5);
- No Apocalipse, também, Jesus leva este título de governo supremo de um imperador, com reis sob seu controle: (...) "Eles guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque ele é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis ." (Apocalipse 17:14a);
- Está escrito que Ele é o Rei dos Reis e o Senhor dos Senhores". ( Apocalipse 19.6).