quinta-feira, 6 de março de 2014




Igreja Evangélica Assembleia de Deus Min. Do Belém, setor 14-Jardim Ângela
Escola de Padronização do Comentário da Escola Bíblica Dominical
Coordenação: Pastor Maurinho
Comentário: Pb. Mateus Silva

09/03/2014 – Adar, 5774

Lição 10: AS LEIS CIVIS ENTREGUES POR MOISÉS AOS ISRAELITAS

TEXTO ÁUREO

“Mas o juízo voltara a ser justiça, e hão de segui-lo todos os retos de coração" (SI 94.15).

VERDADE PRATICA
 Deus é justo e deseja que o seu povo aja com justiça. LEÍTURA BÍBLICA EM CLASSE Êxodo 21.1-12

 1 - Estes são os estatutos que lhes proporás: 2 - Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas, ao sétimo, sairá forro, de graça. 3 - Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sairá sua mulher com ele. 4 - Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor; e ele sairá só com seu corpo. 5 - Mas, se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor; e a minha mulher; e a meus filhos, não quero sair forro, 6 - então, seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao postigo, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá para sempre. 7 - E, se algum vender sua filha por serva, não sairá como saem os servos. 8 - Se desagradar aos olhos de seu senhor, e não se desposar com ela, fará que se resgate; não poderá vendê-la a um povo estranho, usando deslealmente com ela. 9 - Mas, se a desposar com seu filho, fará com ela conforme o direito das filhas. 10-Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem a sua veste, nem a sua obrigação marital. 11 - E, se lhe não fizer estas três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro. 12 - Quem ferir alguém, que morra, ele também certamente morrerá; 



OBJETIVOS

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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a: Estudar o processo de promulgação das leis de caráter civil e religioso. Analisar as leis acerca dos crimes das propriedades em Israel. Compreender o caráter social das leis promulgada por Moisés.

Introdução

A lei e a ordem, no melhor sentido desses termos, tinham grande importância para o povo de Israel. Para que a maioria da população pudesse viver em paz, era preciso que a minoria criminosa fosse mantida sob controle. Se não existissem leis justas, toda a nação se veria envolvida em caos e violência. Para tanto, então, Deus instituiu leis que, em nossos dias correspondem à nossa legislação constitucional, civil e penal.

MOISÉS, O MEDIADOR DAS LEIS DIVINAS

O grande mediador de Israel subiu o Sinai não menos que oito vezes:

Primeira subida- O chamado de Moisés

Encontro do Senhor com Moisés diante da sarça ardente 40 anos após a sua fuga do Egito, (Ex 3.2). De acordo com o Midrash esse evento ocorreu em 15 de Nissan, o mesmo dia em que Abraão teve a visão de sua descendência como escrava, (Gn 15.13-16).

Segunda subida- Oferecimento da aliança Cerca de seis semanas após o êxodo, o povo estava já acampado ao pé do Sinai (Ex 19.1,2). Após ouvir a proposta de Deus, Moisés desce o monte para entregar a mensagem do Senhor aos anciãos do povo, a qual disse que se eles aceitassem a aliança seriam, então, sua possessão peculiar dentre os povos. Os anciãos respondem: “Tudo o que disser o Senhor, faremos”. Terceira subida- Moisés é feito mediador Moisés retorna ao topo do monte para reportar as palavras dos anciãos ao Senhor (Ex 19.7,8). Nessa subida Deus explica a Moisés como viria na “nuvem espessa”, para revelar que Ele tinha escolhido Moisés como mediador diante dele (Ex 19.9). Então Deus ordena que ele desça e prepare o povo para um encontro com o Senhor em três dias. Quarta subida- Os dez mandamentos Na manhã do terceiro dia (i.e., 6 de Sivan), a glória de Deus desceu sobre o Sinai em forma de trovões, raios, fumaça e fogo, enquanto o povo estava reunido em assembleia ao pé da montanha, (Ex 19 15-19). Deus novamente chama Moisés vv.20, ao cume do monte e o instrui a alertar o povo para que não atravesse a área demarcada ao redor do Sinai, (Ex 19.20-25). Após Moises reajuntar o povo, Deus começa a enunciar os dez mandamentos. (Ex 20.1-17). O próprio povo havia implorado a Moisés para que este fosse o seu mediador diante de Deus, pois estavam aterrorizados. Quinta subida- O livro do pacto Após o povo implorar a Moisés que os mediasse, ele novamente sobe o Sinai e se aproxima da espessa nuvem. Ali Deus começa a explicar a ele as leis da idolatria e do altar ,(Ex 20-21-26). Nessa subida o Senhor deu também a Moisés várias leis civis para os israelitas. (Ex 21.1; 23.33). Após receber várias leis para o povo, Deus manda Moisés trazer Arão, seus filhos e setenta anciãos para subirem o monte a fim de ratificar os termos da aliança ( Ex 21.1; 24.2). Apresentados os termos ao povo, este responde: “kol ha-devarim Asher dibber Adonay na’aseh” . “faremos todas as palavras que Deus tem dito”(Ex

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24.3). Moisés então anota todas as regras em um rolo separado chamado “Sefer HaBrit”, O Livro do Conserto. Então constrói um altar no pé do Sinai com doze pilares ( um para cada tribo), oferece sacrifícios de holocausto(‘Olah) e ofertas pacificas(Shelamim), (Ex 24.5). Nesse momento é aspergido sobre o povo o sangue da aliança, sob a promessa de obediência da parte de Israel. A sexta subida- A refeição da ratificação Imediatamente seguindo essa cerimonia de ratificação, Moisés apanha Arão e seus filhos Nadabe e Abiú, e setenta anciãos de Israel para subirem ao Sinai e comerem a “ refeição da confirmação da aliança” entre o povo de Israel e o Senhor. Os anciãos, nesse momento veem a própria glória de Deus sobre um pavimento de safira, (Ex 24 9-11). A sétima subida- As taboas e o tabernáculo Após retornar do monte com os anciãos o Senhor mais uma vez ordena a Moisés que ele suba novamente ao Sinai para receber as taboas de pedra com os dez mandamentos escritos, (Ex 24.12). Moisés sobe então o monte que nesse momento estava coberto por uma nuvem brilhante de fogo. Ali, no sétimo dia, durante sua sétima subida, Moisés ouve a voz do Senhor, o chamando para entrar em sua presença no meio da nuvem. Dessa vez ele passa mais quarenta dias e quarenta noites enquanto os israelitas esperavam por ele embaixo, (Ex 24.15-18). É também nessa subida que Deus o instrui sobre o tabernáculo e seus utensílios, ( Ex 25.8,9). Nesse interim o povo faz o bezerro de ouro. A oitava subida- renovação do pacto Recordamos que após Moisés ter recebido as primeiras taboas o povo diz a Arão que faça um bezerro de ouro “chet’ ha`egel”, que eles começam a adorar, ( Ex 32.1-6). O senhor disse a Moisés que os destruiria por sua idolatria, mas ele intercede a seu favor (Ex 32 7-14). Ao descer apressadamente o monte com as taboas nas mãos ele encontra o povo dançando ao redor o ídolo. Em um ataque de indignação ele esmaga as taboas no chão (32.19), destrói o bezerro de ouro e instrui os levitas ( a única tribo que não havia contribuído com ouro para fazer o bezerro), a matarem 3.000 dos líderes. Moisés estava sem esperança de que o povo fosse capaz de receber o favor divino, pois o Senhor havia dito que deveriam deixar o Sinai sem sua presença, (Ex 33.3). A tenda de Moisés era agora o lugar onde a Shekhinah de Deus pairava, (33.9). Mas sabemos que mesmo diante da evidente indignação do Senhor, Moisés não desiste: “Se eu, pois, tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que agora me mostres os teus caminhos, para que eu te conheça, a fim de que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é teu povo. “(33.13). (...) “Então Moisés lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui.”(vv 15). Em meio a todo esse diálogo Moisés roga a Deus que lhe mostre sua glória. Então o Senhor lhe diz: “Eis aqui um lugar junto a mim; aqui, sobre a penha, te porás,(vv21). No dia seguinte Deus o chama de volta ao monte para lhe entregar as Novas Taboas da lei. O grande mediador conseguira, finalmente. LEIS CONCERNENTES A ESCRAVIDÃO/ RICOS E POBRES. Entender a escravidão dos tempos bíblicos com a nossa mente moderna é uma tarefa deveras difícil. Ela não trazia em si a mesma carga que traz hoje. Era algo normal, por mais estranho que possa parecer. O estigma em nossa mente se dá devido aos acontecimentos mais recentes, abusos ocorridos durante e após as Grandes Navegações em que escravos negros oriundos de toda a África eram vendidos, torturados e maltratados em toda parte, como bem sabemos. Não estamos querendo dizer que a escravidão era algo maravilhoso, mas sua existência consistia em uma grande necessidade ( estamos falando da escravidão dos tempos bíblicos). Segundo Rushdoony, o conceito de escravidão que definimos hoje é “a propriedade de um homem sobre outro homem” , ao passo que no passado era “a propriedade de um homem sobre o trabalho de outro homem”. Para se ter ideia da diferença entre as regulamentações divinas para os hebreus e as das outras nações, Josefo nos conta que Tito, após ter conquisado Jerusalém em 70 d.C, escravizou 97 mil judeus. Estes foram obrigados a trabalhar na contrução do Coliseu de Roma.

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Três foram os motivos que originaram a escravidão no passado: Pobreza- quando não podia se sustentar a única maneira era se oferecerem como escravas de outras pessoas bem aquinhoadas para poder sobreviver. Divida- às vezes a pessoa era tão pobre que ficava devendo a outra pessoa e não podia pagar, então se oferecia para servi-la até quitar a dívida. Era algo considerado justo. Inclusive, por causa da divida dos pais,quando estes faleciam, os filhos eram obrigados a trabalhar para quitar a dívida. Foi o caso da viúva em (1Re 4.1,7). Guerra- havia escravos que eram prisioneiros de guerra. Povos conquistados geralmente tinham parte de sua população poupada para servir como escrava ao povo dominante. Segundo Beacon, a lei não exigia que houvesse escravidão, mas visto que existia deveria ser regulamentada por leis para evitar abusos e injustiça. Algumas normas que regulamentavam a escravidão tornando-a justa 1. A pessoa só se tornava serva de outra quando era tão pobre que não tinha condição de se manter como cidadã independente (Lv 25.39), quando não tinha condições de pagar a divida ou de pagar indenizações por roubo.Havia também medidas preventivas para evitar que a pessoa apelasse à escravidão, como consta em (Dt 24.13,14,19-22). “Não oprimirás o trabalhador pobre e necessitado, seja ele de teus irmãos, ou seja dos estrangeiros que estão na tua terra e dentro das tuas portas.; No mesmo dia lhe pagarás o seu salário, e isso antes que o sol se ponha; porquanto é pobre e está contando com isso; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.” “19 Quando no teu campo fizeres a tua sega e esqueceres um molho no campo, não voltarás para tomá-lo; para o estrangeiro para o órfão, e para a viúva será, para que o Senhor teu Deus te abençoe em todas as obras das tuas mãos.20 Quando bateres a tua oliveira, não voltarás para colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será.21 Quando vindimares a tua vinha, não voltarás para rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será.22 E lembrar-te-ás de que foste escravo na terra do Egito; por isso eu te dou este mandamento para o cumprires.” 2. Mesmo sendo escravos, deveriam ser tratados como funcionários, devendo receber um salário como qualquer empregado. Naquela época os empregados recebiam seu pagamento por dia de trabalho, por isso são chamados de “jornaleiros”, isto é, diaristas. “ Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado e vender-se a ti, não o farás servir como escravo. Como jornaleiro, como peregrino estará ele contigo; até o ano do jubileu te servirá;”( Lv 25. 39,40). 3. O tempo de serviço de um escravo só poderia durar seis anos. A pessoa não era obrigada a viver como serva da outra pelo resto da vida. Seis anos eram o suficiente para quitar qualquer dívida. (Ex 21.2). “Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça. “Quando a pessoa recebia sua liberdade após os seis anos, o seu senhor era obrigado a lhe dar uma compensação que o auxiliasse a começar sua liberdade com alguma posse e sustento: “13 E, quando o libertares, não o deixarás ir de mãos vazias;14 liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira, e do teu lagar; conforme o Senhor teu Deus tiver abençoado te darás. 4. O senhor não poderia maltratar o seu servo : “ Não dominarás sobre ele com rigor, mas temerás o teu Deus.” (Lv 25.43).

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5. Um parente do escravo que tivesse condições financeiras de resgatá-lo—isto é, pagar pela sua liberação—tinha a obrigação de fazê-lo ( Lv 25.47-55). LEIS ACERCA DE CRIMES Crimes de natureza religiosa. A pratica que representava maior perigo para a integridade da nação israelita era a adoração a ídolos e falsos deuses. Sua história está cheia de exemplos de desvio espiritual com horríveis consequências. Desde os primeiros dias de sua existência como povo, Deus condenou com veemência a idolatria, (ex 20.3-5). Entretanto, devido à fraqueza humana e ao fato de estarem cercados de nações idólatras, muitas vezes eles incorporavam praticas idolatras à adoração a Deus. Os objetos cultuados iam desde pedaços de madeira a ratos de ouro (1Sm 6.4). Outros adoravam também a Baal Zebude, o deus das moscas. Havia quem adorasse também elementos da natureza como sol, lua, astros relâmpagos, animais, entre outros. Esses cultos idólatras eram, na maioria das vezes regados de sacrifício humanos (crianças) e atos sexuais. Não havia absolvição para tal crime e o idólatra pagava com a vida. “6 Quando teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo que te é como a tua alma, te incitar em segredo, dizendo: Vamos e sirvamos a outros deuses! - deuses que nunca conheceste, nem tu nem teus pais,7 dentre os deuses dos povos que estão em redor de ti, perto ou longe de ti, desde uma extremidade da terra até a outra -8 não consentirás com ele, nem o ouvirás, nem o teu olho terá piedade dele, nem o pouparás, nem o esconderás,9 mas certamente o matarás; a tua mão será a primeira contra ele para o matar, e depois a mão de todo o povo;10 e o apedrejarás, até que morra, pois procurou apartar-te do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.11 Todo o Israel o ouvirá, e temerá, e não se tornará a praticar semelhante iniquidade no meio de ti.” (Dt 13. 6-11). Crimes de violência. Havia determinadas leis que visavam à proteção do bem-estar físico dos seres humanos. E nesse aspecto a lei para que estava sobre o povo israelita era mais severa do que a de outras nações. Aquele que ferisse a outrem certamente era punido. Se durante uma discussão um dos litigantes agredisse o outro e o ferisse, teria de indenizá-lo pelas perdas sofridas e despesas médicas decorrentes do ferimento ( Ex 21. 18,19). Penas capitais *Sequestro/rapto , com o intuito de vender a vitima para escravidão, (Ex 21. 16). *Outra razão para pena de morte era se alguém agredisse seu pai ou mãe (Ex 21.15). *Estupro . Nesse caso se o estuprador atacasse a vitima e essa não gritasse, tanto ele como ela eram apedrejados. (Dt 22.23-30). A pena de morte ou capital se dava pelos seguintes instrumentos: *Apedrejamento- para adultério, sacrifício de crianças, blasfêmia, feitiçaria, quebra do sábado, traição e rejeição dos pais. O grupo que executava a pena devia se constituído de vários indivíduos da comunidade, sendo que as testemunhas tinham que atirar a primeira pedra (Dt 17.7). No caso da mulher adultera de João 8.3-11, vemos os escribas e fariseus pondo Jesus à prova quanto à lei. Mas o grande mestre os remete ao texto de Dt 19. 16-21, pois conforme esse texto, se não conseguissem provar tal acusação e a vítima fosse absolvida, o acusador era quem recebia a pena. Além do mais a pena era tanto para a mulher quanto para o homem: “O homem que adulterar com a mulher de outro, sim, aquele que adulterar com a mulher do seu próximo, certamente será morto, tanto o adúltero, como a adúltera.”(Lv 20.10).

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*Pela espada- quando uma cidade ou povoado começasse a adorar ídolos, todos os seus moradores deveriam ser mortos à espada (Dt 13.15), como o que já se tinha sido feito com os adoradores do bezerro de ouro. * Por fogo- se um homem se casasse com uma mulher e com a mãe dela e se a filha de um sacerdote se tornasse prostituta. “Se um homem tomar uma mulher e a mãe dela, é maldade; serão queimados no fogo, tanto ele quanto elas, para que não haja maldade no meio de vós.”(Dt 13.15) “E se a filha dum sacerdote se profanar, tornando-se prostituta, profana a seu pai; no fogo será queimada.” . (Lv 21.9). A lei do Talião Do latim, “talionis”, que segundo o dicionário Houaiss é qualquer vingança em proporção igual. O objetivo dela era evitar que uma pessoa matasse outra que lhe houvesse causado a perda da mão, por exemplo, (Lv 24.19,20; Dt 19.21). A bíblia define os limites em que se podia fazer retaliação: olho por olho, dente por dente, mão por mão, etc. nunca poderia ultrapassar a lesão original. Cristo ao interpretar essa lei, proibiu a retaliação pessoal: “38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.39 Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;40 e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;41 e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil.” (Mt 5.38-41). Castigo corporal O numero máximo de chibatadas que um criminoso poderia receber era 40 (Dt 25.1-3). Mais tarde, temendo que se pudesse errar a contagem e ultrapassar esse numero, desobedecendo a Deus, ele fiu reduzido a 39. Quando o crime não era muito grave aplicava-se um numero menor de açoites. "2 E se o culpado merecer açoites, o juiz fará que ele se deite e seja açoitado na sua presença, de acordo com a gravidade da sua culpa.3 Até quarenta açoites lhe poderá dar, não mais; para que, porventura, se lhe der mais açoites do que estes, teu irmão não fique envilecido aos teus olhos”. O apóstolo Paulo relata que recebeu as 39 chicotadas em cinco ocasiões: “dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um.” (2Co 11.24) No açoite judeu, que era diferente do dos romanos, vitima era deitada de bruços no chão com os pés e mãos seguros, e então eram aplicadas as varadas. Tudo era acompanhado por membros do tribunal para observar se se a execução era feira de forma correta. Com o passar dos tempos a vara foi substituída por couro de bezerro. Multas e fianças Havia também penas que consistiam em pagamentos feitos diretamente à pessoa lesada. Alguns dos crimes que poderiam se punidos dessa forma eram: * roubo (Ex 22.1-4); * Morte causada por animal (Ex 21.29,30); * Aborto acidental (Ex 21.22). As cidades de refúgio A ideia de encarceramento em Israel não existia. Não havia prisões ou penitenciárias. A maior preocupação era com a ressocialização do indivíduo para crimes menores ou sem dolo. Somente quando o povo deixa a vida nômade e se estabelece na terra como monarquia é que então surgem algumas prisões, porém muito

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provisórias, até que se decidisse o que fazer com o réu. Não havia, como em nossos dias, demora nos processos de julgamento. Se uma pessoa matasse alguém acidentalmente, sua vida correria perigo. É que se um parente do morto o encontrasse poderia matá-lo sob a lei do talião, que era de responsabilidade da família da vítima. Isso poderia ocasionar brigas intermináveis entre famílias. Para evitar isso foram criadas as cidades de refúgio. “Em Israel havia seis cidades livíticas destinada a servir de refúgio àqueles que acidentalmente cometiam homicídio, a fim de escaparem à vingança do sangue derramado, Nm. 35:9-14; Ex. 21:13. Moisés designou três ao oriente do Jordão: Bezer, no território de Rúben; Ramote de Galaade, no território de Gade; e Golã, em Basã, no território de Manassés, Dt. 4: 41-13. Depois da conquista de Canaã, Josué e os chefes das tribos, designaram as outras três cidades a oeste do rio: Quedes, no território de Naftali; Siquém, em Efraim e Quiriate-Arba, que é em Hebrom, nas montanhas de Judá, Js. 20:7. Nenhuma parte da Palestina está longe demais de uma cidade de refúgio. O homicida refugiava-se na que lhe estava mais perto. Poderia ser alcançado e morto pelo vingador, mas se conseguisse chegar a uma cidade refúgio, era ali acolhido e tinha o direito a defesa. Se no julgamento ficasse provado que o homicídio foi voluntário, era entregue à morte. Se, porém, ficasse provado que matou em legítima defesa, ou por acidente, então a cidade lhe oferecia asilo. Se ele deixasse a cidade, antes do falecimento do sumo pontífice, o risco corria por sua conta. Depois da morte do sumo pontífice, era lhe facultado regressar à sua casa sob a proteção das autoridades, Nm. 35; Dt. 19; Js. 20. Como fosse uma questão Judicial entre o homem e Deus, a morte do sumo pontífice que representava o povo perante Deus, ficava encerrado o período da vida teocrática” Fonte: J. Davis O Sinédrio No novo testamento, havia o sinédrio que provavelmente era um aprimoramento do sistema de 70 anciãos, criado por Moisés. Era constituído também por 70 homens que se reuniam nas dependências do templo, no salão das pedras polidas todas as segundas e quintas-feiras, e, para tomarem qualquer deliberação, era necessária a presença de 23 membros. Seu poder se estendia desde Jerusalém até todo o mundo onde houvesse uma comunidade de judeus. Foram eles quem enviaram Paulo a outros lugares, extrapolando as fronteiras da região à procura de cristãos. Nessa época não havia advogados de defesa como hoje. Quem tinha um papel semelhante a o de um advogado eram as testemunhas.




CONCLUSÃO

A Lei não foi dada como meio de salvação. Foi dada a um povo já salvo (Ex 19:4; 20:2) a fim de instruí-lo na vontade do Senhor, para que pudesse realizar o propósito de Deus como "um reino de sacerdotes e uma nação santa" (Ex 19:6). A revelação foi dada “não para dar, mas para orientar a vida”. A divisão da Lei em Moral, Social ou Civil e Cerimonial ou Religiosa, é enganosa embora seja conveniente. A Lei é uma, e toda a Lei é espiritual, quer trate de colheitas, criminosos ou adoração. Revela o Midrash que “quando o Santo, Bendito Seja, ofereceu a Torá no Sinai, ave alguma piou nem voo levantou; boi algum mugiu; anjo algum ascendeu aos Céus e não se ouviu serafim proclamar louvores a Deus. Absoluto silêncio reinava no universo. Foi então que a Voz adiantou-se, proclamando: ‘Eu sou o Senhor, teu Deus...’ (Shemot Rabá 29:9). Amem...




REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS Champlin, Russell Norman- O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo

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Josefo, Flávio- História dos Hebreus, ( Guerras dos Judeus, VI, 9:3) Moody, Dwight Lyman- Comentário Bíblico - Êxodo Coelho, Alexandre e Daniel, Silas – Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida- CPAD Coleman, William L- Manual dos Tempos e Costumes Bíblicos, Editora Betânia. Houaiss- Dicionário da Língua Portuguesa


FONTES ELETRÔNICAS http://www.hebrew4christians.com/Scripture/Parashah/Summaries/Terumah/Aliyot/aliyot.html http://www.biblegateway.com http://www.cacp.org.br/cidades-refugio/ http://www.morasha.com.br/edicoes/ed40/sinai.asp


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