Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. (Cl 2:8-9)
Uma das ferramentas dos opositores da doutrina da Trindade, como por exemplo, judeus ortodoxos, messiânicos, testemunhas de jeová e todos aqueles que são adeptos do Arianismo, Sabelianismo e Monoteísmo Absoluto, é a expressão “ PLURAL MAJESTÁTICO”. Esta expressão é aplicada em alguns versículos dos três primeiros capítulos do livro do Gênesis que contém os verbos “façamos, desçamos, confundamos” e o pronomes ” nossa e nós” (Gn 1:26, 3:22,11:7), com o intuito de negar a existências das Três Pessoas distintas da Santíssima Trindade, pois é através desse raciocínio que tais sectários afirmam que Deus usou os verbos no plural como forma de expressar apenas sua modéstia, ou seja, Ele falou consigo mesmo. Todavia, alguns estudiosos a aceita, outros não. Vejamos como os judeus interpretam o texto do Gênesis:
FAÇAMOS O HOMEM- à partir disso notamos a humildade do Santo, Bendito Seja. Visto que o homem foi criado à semelhança dos anjos, e eles poderiam invejá-lo, Ele os consultou. E quando Ele julga os reis, Ele consulta Sua côrte celestial, e assim vemos no caso de Ach’av, quando Michah disse-lhe (I Rs 22:19): “Eu vi o S-nhor assentado sobre Seu trono, e toda a hoste celestial em Sua presença, à Sua direita e à esquerda”. Ora, será que “direita” e “esquerda” aplica-se a Ele? Na verdade, a passagem quer dizer que esses anjos estavam à direita para defender e à esquerda para acusar. Da mesma forma (Dan 4:14): “Esta sentença é por decreto dos vigias (anjos da esquerda), e por mandado dos santos (anjos da destra)”. Aqui também Ele consulta a côrte celestial. Ele disse-lhes: “Entre os seres celestiais, há alguns conforme Minha semelhança. Se não houver nenhum conforme Minha semelhança entre os seres terrenos, haverá inveja entre os seres da criação” (Tanchumá Shemot 18, Bereshit Rabbah, 8:11,14:13)
Façamos o homem – e mesmo que os anjos não O tenham assistido em Sua criação, e haja aqui lugar para os heréticos se rebelarem e pervertem o plural como base para suas heresias, a Escritura não hesitou em ensinar a conduta apropriada no trato da humildade, ao ponto de mostrar que alguém com autoridade consulte o menor para dele receber permissão (n.t., ainda que teoricamente). Se estivesse escrito: “Eu farei o homem” nós não aprenderíamos que Ele estava falando com Seu tribunal celeste, mas sim, com Ele mesmo; E a refutação aos hereges está escrita na seqüência (i.e., no verso seguinte): “E [D-us] criou (וַיִּבְרָא) ,” e não diz, “e eles criaram וַיִּבְרְאוּ.” – [de Bereshit. Rabbah 8:9] 1
O Targum do pseudo-Jonatas, no comentário de Gn 1:26, traz uma ideia de que Deus convocou os anjos para juntamente com Ele fazerem o homem à imagem e semelhança:
E o Senhor disse aos anjos que ministravam perante Ele, que haviam sido criados no segundo dia da criação do mundo: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, sobre as aves que estão na atmosfera do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis rastejantes sobre a terra. (Gen 01:26 PJE)2
O Targum de Ônquelos apenas repete o texto hebraico:
E o Senhor disse: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e terá domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastam sobre a terra. (Gn 1:26 OKE)2
Os hebraístas, Keil & Delitzsch, dizem que os pais da Igreja entendiam que o pronome “nós” fazia referência à Trindade:
O plural “nós” era considerada pelos padres e teólogos anteriores quase unanimemente como indicativo da Santíssima Trindade: comentaristas modernos, pelo contrário, considero-o como pluralis majestatis ; ou como um endereço de Deus para Si mesmo, um endereço para os espíritos ou anjos que estão ao redor da Divindade e que constitui o seu Conselho. (Keil & Delitzsch Commentary on the Old Testament)3
Todavia, só foi a partir do século XI, com o rabino RASHI, que a expressão “PLURAL MAJESTÁTICO”, passou a ter valor no mundo religioso judaico. O Pastor e professor de hebraico, Esequias Soares, explicando acerca da pluralidade que há no vocábulo Elohim disse o seguinte sobre esta expressão:
O nome Elohim apresenta os primeiros vislumbres da Trindade. A declaração de Gênesis 1.1 traz o verbo no singular, “criou”, e o sujeito no plural Elohim, “Deus”, o que revela a unidade de Deus na Trindade. Construção similar aparece em várias partes do Antigo Testamento: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26); “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós” (Gn 3.22); “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua” (Gn 11.7).
A Trindade é vista em Elohim À luz do contexto bíblico. O Novo testamento explicitou o que antes estava implícito no Antigo Testamento. Quando Elohim refere-se às divindades falsas traz no plural o verbo, o pronome ou o adjetivo, representando a multiplicidade. Quando, porém, aplicado ao Deus de Israel, o verbo e o seus complementos vêm geralmente no singular. Os rabinos reconheceram a pluralidade neste nome, mas, como o judaísmo é uma religião que defende o monoteísmo absoluto, e não admite Jesus Cristo como o Messias de Israel, fica difícil para eles entenderem essa pluralidade. Para explicá-la, argumentam ser um plural de majestade, mas isso é uma determinação rabínica posterior. A definição de plural de majestade ou de excelência, como disse, foi dada pelo rabinato posterior. Disse Shlomo ibn Yitschaki, conhecido pela sigla RASHI, grande rabino e erudito judeu (nascido em 1040): “O plural de majestade não significa haver mais de uma pessoa na divindade”. Essa declaração serviu para o judaísmo prosseguir sua marcha mantendo o monoteísmo absoluto sem Jesus e sem o Espírito Santo. (Os Dez Mandamentos, p. 51-52).4
Como vimos, a crença de um suposto plural majestático é tardia e não merece crédito, pois além de ser um crença “jovem”, nunca foi crida ou ensinada pelo Igreja. Além disso, RASHI era um escritor e comentarista místico, que têm seus comentários contidos na Torá da editora SEFER, onde ele diz que Caim deu à luz a Caim com uma irmã gêmea, que seu sinal era um chifre, que a primeira esposa de Adão não foi Eva, mas Lilith, ideias essas que não existem na Bíblia, mas que são apenas Midrash’s, isto é, pura especulação de quem não teve um encontro com o Espírito Santo. Portanto, fica aqui o alerta quanto aos ensinos sectários.
Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar. Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.(1Jo 2:26-27).
por Itard Víctor Camboim de Lima
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